Da nascente à Foz do Iguaçu de bicicleta
Arquiteto cria guia para cicloturistas após percorrer 800 quilômetros margeando o Rio Iguaçu no projeto batizado de Expedição Paraná
Percorrer os cerca de 800 quilômetros entre Curitiba e Foz do Iguaçu margeando o Rio Iguaçu de bicicleta não é tarefa fácil, principalmente quando não há respeito aos ciclistas, faltam sinalizações de trânsito e informações sobre o percurso e a infraestrutura é inadequada. Essa experiência de 18 dias de viagem, dos quais 12 pedalando, batizada de Expedição Paraná, fará parte de um guia para cicloturistas assinado pelo arquiteto curitibano e aventureiro Fábio Remuszka, de 28 anos.
Ao longo da viagem de Leste a Oeste do estado, Remuszka fez diversas paradas e registrou tudo: pontos turísticos (alguns conhecidos, outros ainda não explorados), pousadas, locais para alimentação e paradas para descanso e contemplação. Mas o que poderia ser uma viagem tranquila pelas várias regiões do Paraná esbarra em vários problemas, destaca o cicloturista. “Apesar da receptividade ao se chegar em qualquer lugar com uma bicicleta, ainda falta respeito e informações ao longo do trajeto.”
A sinalização pontual é fundamental para garantir segurança aos viajantes, não só para os de duas rodas como para qualquer condutor. “Esse é um direito que precisa ser respeitado. Informações como vias sem acostamento, placas indicando a distância mínima de um metro e meio que os veículos devem manter do ciclista, a quantos quilômetros estará o próximo posto de combustíveis e mesmo a distância entre as cidades é o mínimo que deveria existir nas estradas, mas não é o que acontece”, afirma. A alimentação à base de massas e queijos, ideal para os ciclistas, também é artigo de luxo no percurso.
No roteiro que seguiu o Rio Iguaçu, principal manancial do estado, ele fez paradas em cidades como Lapa, São Mateus do Sul, União da Vitória, Porto União (SC), Bituruna, Faxinal do Céu, Reserva do Iguaçu, Mangueirinha, Chopinzinho, Dois Vizinhos, Capitão Leônidas Marques, Céu Azul e Foz do Iguaçu. Algumas já com tradição no turismo, outras com um grande potencial a ser explorado. “Os lagos dos reservatórios das usinas da Copel, por exemplo, são maravilhosos”, exclama. Até mesmo Foz, observa, esconde opções que podem ser bastante interessantes para quem gosta de pedalar ou quer conhecer mais a cidade onde vive.
Para iniciantes
O primeiro passo para o iniciante do pedal é ter disposição, arrumar uma bicicleta e uma mochila, e programar passeios curtos. “O segredo é ter disposição, o resto vem da própria prática.” Aos poucos, o equipamento vai melhorando e os roteiros ficando mais longos.
“O mais importante é ter em mente que a alegria é a viagem em si, não apenas o ponto final. O ciclismo tem esse poder da desaceleração, de sair da bolha da zona de conforto, de fazer com que a pessoa perceba melhor o ambiente externo”, resume.
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